terça-feira, 11 de março de 2014


Um espetáculo da natureza
(Maxixe e arredores, terça-feira, 04 de Março de 2014, entre as 11 e 13 horas)
[Do povo] Várias interpretações surgiram, a atribuição de nomes era esporádica e variava do entender de cada um. Poucas pessoas traziam uma explicação lógica para o fenómeno, algumas nem queriam falar pois dentro de uma visão ótica e maravilhosa, encontravam elevados níveis de insegurança e medo. Nomes de alter fenómenos eram atribuídos pois alguns acreditavam na possibilidade de ser um eclipse solar (pensamento longínquo), alguns acreditavam num maravilhoso e diferente arco-íris, de entre outras designações.
Pelas ruas, quintais, praças, bancos […], celulares entre outros dispositivos eletrónicos dispensavam o seu repouso e eram convidados a arrancar da natureza uma representação fotográfica deste fantástico e maravilhoso momento.
Na verdade tratava-se de um fenómeno ótico natural conhecido como Halo que é caracterizado pelo surgimento de um anel composto por nuvens em torno da luz dominante. O halo não ocorre em um período determinado do dia, sendo que a ocorrência deste pode ser nos dois períodos. Quando este ocorre no período noturno (em torno da lua) é denominado halo lunar e quando acontece no período diurno (em torno do sol) este é denominado halo solar – o acontecido no dia 04.
Diversas teorias meteorológicas tentam trazer uma explicação racional do fenómeno, mas uma vez tratando-se de teorias apresentam divergências, mas ao mesmo tempo também convergências. Juntando essas várias abordagens teóricas é possível concluir que este fenómeno acontece como consequência das nuvens cirrus ou cirrostratos afectadas pela gravidade da luz (solar ou lunar) formando uma esfera circular em torno dela. Estas nuvens são compostas por cristais hexagonais de gelo presentes na atmosfera terrestre e durante a refração estes maravilham olhares de observadores com as cores que são dispersadas em torno das nuvens localizadas, os chamados sundogs ou parélios. As nuvens cirrus são consideradas as mais distantes pois estas encontram-se por cima da troposfera superior e normalmente atingem os 0 ºC.

Alguns meteorologistas acreditam que devido a permanência das nuvens que refletem o fenómeno pode ocorrer em ambos os períodos

Uma pergunta fica perseguindo-me: Na pespectiva de alguns meteorologistas e geógrafos este fenómeno ocorre normalmente sem transmitir nenhuma mensagem de precaução ou aviso. Será que o anúncio das chuvas e ventos fortes acompanhados por trovoadas, que iriam fustigar o sul do país e aos países vizinhos anunciado pelo Instituto Nacional de Meteorologia na tarde do dia 04 de Março de 2014 teria sido previamente exposto naturalmente por este fenómeno?

Alguns afirmam o fenómeno ocorrido no dia 04 repetiu-se no dia 10 em ambos os períodos do dia. O que pensar sobre isso?

 

Por Félix Arrone Mazive

Cursante de Ciências da Educação